sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

APÓS EXPULSÃO DO COORDENADOR REGIONAL DA FUNAI A OCUPAÇÃO PERMANECE NO VALE DO JAVARI EM ATALAIA DO NORTE




                                    Ocupação da sede da coordenação geral da Fundação Nacional do Índio – FUNAI, em Atalaia do Norte - AM, ocorrida no último dia 19 de janeiro, permanece e as lideranças indígenas da Terra Indígena do Javari afirmam que o diretor de Proteção Territorial, Walter Coutinho, não assinou o Termo de Compromisso, que tem como reivindicação a exoneração imediata do coordenador Bruno Pereira, assumindo em seu lugar um Parente Indígena, que trabalharia a fim de promover mais segurança e monitoramento das etnias assistidas, bem como dos índios isolados, que vivem dentro da reserva no Vale do Javari, localizada dentro na região fronteiriça entre Brasil e Peru.

                                    A Funai, procurando resolver o impasse, enviou no dia 5 de fevereiro, um de seus diretores, Walter Coutinho, para uma reunião com as lideranças indígenas na Câmara Municipal de Atalaia do Norte – AM. No entanto, Coutinho informou que o coordenador Bruno Pereira, afastado pelos Parentes Indígenas, entraria com um pedido de afastamento da coordenação da Funai pelo período de três meses por motivo de saúde. Informação essa que irritou bastante os Parentes Indígenas, que impuseram que Bruno Pereira fosse definitivamente exonerado da Funai até o final de fevereiro.

                        As lideranças indígenas insistem que o substituto de Bruno Pereira permaneça na chefia da Funai, em Atalaia do Norte, pelo período de 60 a 90 dias. Tempo necessário para que seja feita uma consulta pública nas 55 comunidades assistidas na Terra Indígena Vale do javari, a fim de que seja escolhido o nome do Parente Indígena, que irá assumir a Coordenação Regional da Funai, dessa localidade.

                        Na última terça-feira (09), a Associação Indígena Matís - AIMA divulgou uma nota pública, repudiando a forma como o diretor de Proteção Territorial da Funai, Walter Coutinho, tratou as lideranças. Segundo Marcelo Marke Turu Matís, os Parentes Indígenas estão indignados com a falta de resposta da Funai, só servindo para aumentar o clima já tenso contra Bruno Pereira, motivo por que os Parentes prenderam o barco que ele usaria para ir à Base Etnoambiental. “Não queremos ele aqui, nem na sede da Funai, nem na base, pois a sua permanência marca o descaso da Funai com o Vale do Javari”, afirmou, por fim, a liderança Matís.


                        Jorge Marubo, liderança da União dos Povos Indígenas do Vale do javari – UNIVAJA, sustenta que Bruno Pereira não está doente, pois ele é visto todos os dias bebendo nos bares da praça de Atalaia do Norte. Motivo por que acredita que a Funai está enganando os Parentes com a proposta de licenciá-lo por motivos de saúde. “Queremos a nomeação de um indígena, também a criação de um Comitê Regional da Funai, no qual os indígenas participassem como Conselheiros. Esta é uma reivindicação que estamos lutando ao longo de anos na Política Indigenista”, assegurou.




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