Em
nosso país, nós, indígenas, estamos presentes em todas as regiões, muito
embora, cada povo com características bem peculiares, com sua história e
cultura diferente. E é, por isso, que nossa maior riqueza é o elemento humano.
Dentre as
diversas formas de mostrarmos nossa cultura, a mais marcante e caracterizadora
é, sem sombra de dúvida, a pintura corporal. Sempre estamos pintados e, talvez
por isso, as pinturas corporais sejam nossos traços culturais mais conhecidos.
Utilizamos a pintura corporal como meio de expressão ligado às diversas
manifestações culturais de nossa sociedade, conforme nossos costumes mais tradicionais.
Para cada situação ou evento específico, há uma pintura específica,
oportunidade em que podemos utilizar algumas plumagens - Seja para luta, seja
para caça, seja para a pesca, para o casamento ou em razão da passagem de algum
parente para o Noçokem (mundo
espiritual), entre tantos outros. É também utilizada para despertar o interesse
do sexo oposto - É lógico. Por conta disso, todo ritual é retratado nos nossos
corpos na forma de pintura corporal, que é a nossa expressão artística mais
intensa e marcante.
São as mulheres que, desde muito cedo, enfeitam seus filhos e preparam os
colares, os cintos, as pulseiras e todos os enfeites de penas coloridas. A
busca da representação simbólica encontra-se na fauna e na flora sempre
presentes, e pode ser notada naturalmente nas formas abstratas e geométricas,
transformando-se em ricas significações simbólicas.
São
utilizadas basicamente quatro cores: o preto-azulado do Jenipapo, o vermelho do
Urucum, o preto do carvão e o branco
do barro chamado Tabatinga. A cor
preta-azulada é usada especificamente para produzir gráficos e formas
geométricas, as mais das vezes associados a animais. O vermelho do Urucum é
aplicado misturado com óleo de Pequi
e imediatamente fixado na testa e em partes do rosto ou no rosto inteiro.
Pode-se, também, ressaltar o desenho feito com Jenipapo com uma coloração avermelhada, a fim de dar destaque,
fixando na pele por até duas semanas.
O Jenipapo deve ser colhido verde, pois
desta forma sua polpa é mais rala. Mistura-se então, água à massa resultante da
polpa de Jenipapo. Em seguida, com um pano, torce-se bem a mistura até recolher
todo o caldo. Coloca-se em uma panela para aquecer e quando começar a fazer
espuma, a tinta está pronta.
O
carvão, retirado de madeiras queimadas nas fogueiras, é usado na maquiagem
facial, e para tanto utiliza-se uma tala de Bunti.
O traço é cuidadosamente feito, existindo inúmeras maneiras de se fazer as
pinturas faciais.
A pintura
corporal é mais que uma mera característica de manifestação cultural indígena,
é certamente parte integrante da formação da maioria das sociedades e uma clara
e evidente característica da nossa humanidade.
Luar
LUAR, que lindos e essenciais os seus textos!Nessa tarde, estou muito sonolento e me desafiei a lê-los até ao fim dada a beleza da sua escrita e a importância dos temas! Vou passá-los adiante. Pode ser?
ResponderExcluirGratidão, querido!!!
Gratíssimo pela leitura!
ResponderExcluirNossa! Fiquei sensivelmente eternecido com sua lisonja!
Estamos juntos!
Saudações fraternas!