quarta-feira, 23 de outubro de 2013

PINTURA DA PAZ




Certa vez, foi decidido que haveria um concurso de pintura na tribo e o primeiro lugar seria dado à pintura que melhor representasse a paz.
Ficaram, dentre tantos, três finalistas igualmente empatados.
A primeira pintura retratava uma imensa pastagem, com lindas flores e borboletas que bailavam no ar, acariciadas por uma brisa suave.
A segunda mostrava pássaros a voar sob nuvens brancas como a neve, em meio ao azul anil do céu.
A terceira mostrava uma grande montanha, sendo açoitada pela violência de uma chuva tempestuosamente estrondosa e cheia de relâmpagos.
Para surpresa e perplexidade dos finalistas, a escolhida foi a terceira pintura, que retratava a violência da chuva tempestuosa contra a montanha.
Indignados, os dois pintores que não foram escolhidos questionaram o Pajé que deu o voto de desempate:
- Como este quadro tão violento pode representar a paz? Perguntaram!
E o Pajé, com uma serenidade muito grande no olhar, disse:
- Vocês repararam que, em meio à violência da chuva tempestuosa, há numa das fendas da montanha, um passarinho com seus filhotes, dormindo tranquilamente?
E os pintores sem entender responderam:
- Sim, mas...!
Antes que eles concluíssem a frase, o Pajé ponderou:
- Caros parentes, a verdadeira paz é aquela que, mesmo nos momentos mais difíceis, nos permite repousar tranquilos.
Talvez muitas pessoas não consigam entender como pode reinar a paz em meio à tempestade, mas não é tão difícil de entender.
Considerando que a paz é um estado de espírito podemos concluir que, se a consciência está tranquila, tudo à volta pode estar em revolução que conseguiremos manter nossa serenidade.
Fazendo uma comparação com a pintura vencedora, poderíamos dizer que o ninho do pássaro, que repousa serenamente com seus filhotes, representa a nossa consciência.
A consciência é um refúgio seguro, quando nada tem que nos reprove. E também pode acontecer o contrário: tudo à volta pode estar tranquilo e nossa consciência arder em chamas.
A consciência, portanto, é um tribunal implacável, do qual não conseguiremos fugir, porque está em nós.
É ela que nos dará possibilidades de permanecer em harmonia íntima, mesmo que tudo à volta ameace desmoronar, ou acuse sinais de perigo, solicitando correção.
Assim sendo, concluímos que a paz jamais será implantada por decretos nem por ordens exteriores, mas será conquista individual de cada espírito, de cada criatura, portas adentro da sua própria intimidade.




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