Há muito, muito tempo, desde as primeiras canções, um grande e poderoso Cacique da tribo, havia presenteado sua filha, a linda princesa Kapaí, com um belo colar de pedras brilhantes.
O colar foi perdido e as pessoas da tribo
procuraram-no por toda a parte sem conseguir encontrá-lo.
Então, alguém disse que um pássaro poderia
tê-lo levado, fascinado pelo brilho de suas pedras brilhantes.
O Cacique, então, pediu a todos que voltassem a
procurá-lo e anunciou uma grande recompensa para quem o encontrasse.
Um dia, um jovem guerreiro caminhava de volta
para casa ao longo de um igarapé, que possuía suas águas completamente
poluídas, sujas e com um mau cheiro terrível.
Enquanto andava, o jovem guerreiro viu algo
brilhar nas águas do igarapé e quando olhou viu o colar de pedras brilhantes.
Decidiu tentar pegá-lo de forma que pudesse
receber a recompensa prometida pelo Cacique. Assim, pôs sua mão no igarapé
imundo e agarrou o colar, mas de alguma forma o perdeu e não pegou.
Tirou a mão para fora e olhou outra vez para as
águas do igarapé e o colar estava lá, imóvel.
Recomeçou, desta vez entrou no igarapé imundo, sujando
suas pernas, afundou seu braço inteiro para pegar o colar. Mas estranhamente,
ele perdeu o colar novamente!
Saiu e começou a ir embora, sentindo-se amuado
e deprimido.
Então, olhando para a água do igarapé outra vez,
ele viu o colar, bem ali. Desta vez ele estava determinado a pegá-lo, não
importava como.
Decidiu mergulhar no igarapé, embora fosse algo
repugnante fazê-lo, tal a sujeira de suas águas, que seu corpo inteiro
tornou-se imundo. Portanto, mergulhou e mergulhou e procurou por toda a parte
pelo colar, mas fracassou novamente.
Desta vez ele ficou realmente perturbado e saiu
de dentro do igarapé, sentindo-se mais deprimido ainda já que, sem conseguir
pegar o colar, não receberia a recompensa prometida pelo Cacique da tribo.
Um velho índio, que passava por ali, vendo o
jovem guerreiro perturbado, perguntou-lhe o que estaria acontecendo.
O jovem, totalmente amuado, não quis
compartilhar o segredo com o velho, pensando que o velho poderia tomar-lhe o
colar, por isso recusou-se a explicar o real motivo de toda a situação para o
velho.
Mas o velho índio pôde perceber que o jovem
estava incomodado e, sendo compassivo, outra vez pediu ao rapaz para que lhe
contasse qual o problema e ainda prometeu que não contaria nada para ninguém.
O jovem reuniu alguma coragem e, como já dava o
colar como perdido decidiu pôr alguma fé no velho.
Contou sobre o colar e como ele tentou e tentou
pegá-lo, mas não conseguia de maneira alguma.
O sábio e velho índio lhe disse, então, que
talvez ele devesse tentar olhar para cima, em direção aos galhos da árvore, em
vez de olhar para baixo, para o igarapé imundo.
O rapaz olhou para cima e, para sua surpresa, o
colar estava pendurado no galho de uma árvore.
Havia, o tempo todo, tentado capturar um
simples reflexo do colar.
A felicidade material é exatamente como o igarapé
poluído e imundo, porque é um mero reflexo da felicidade verdadeira no mundo
espiritual.
Não alcançaremos a felicidade plena que
procuramos na vida material, não importa o quanto nos esforcemos.
Em vez disso, devemos “olhar para cima”, em direção a Deus, que é a fonte da felicidade
real, e parar de perseguir o reflexo desta felicidade no mundo material, porque
a felicidade espiritual é a única coisa que pode nos satisfazer completamente.
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