sexta-feira, 7 de março de 2014

O QUANTO DEIXEI DE VER JACI...?!




Certa vez..., em uma noite estrelada de luar, um homem remava suavemente sua canoa pelos igarapés próximos de sua aldeia.
Na popa de sua canoa, ele carrega o que para ele é o seu maior tesouro - seu filhinho de apenas dois anos de idade.
Enquanto continua remando, ele observa que seu filho está com o olhar fixado no alto, longe, parecendo totalmente absorvido pelo maravilhoso céu estrelado de luar.
Uma luz de um suave azul do luar ilumina o rosto do curumim, proporcionando uma beleza sem igual para o pai, encantado pela pureza angelical de sua criança.
Então, com aquela voz tenra, pequena e trêmula da descoberta das primeiras palavras, o curumim aponta para cima e fala:
- J..a..c.i !!! - que significa Lua.
Sim, isso mesmo! - diz o pai todo animado e muito admirado. É Jaci! Como Jaci é linda, não é, meu filho?!
O curumim nada responde, e continua encantado, observando o brilho natural da luz do luar, pois as crianças da aldeia intuitivamente sabem que a beleza da natureza precisa ser apenas contemplada, e que qualquer palavra é pequena, pobre e insuficiente demais para descrevê-la.
A partir de então, o pai passa a olhar para cima também, respira fundo e consegue observar a maravilha que é uma noite de luar a cobrir todas as árvores, rios, lagos, furos e igarapés, em toda a floresta!
Então, pensa consigo mesmo:
“Nossa! O quanto deixei de ver Jaci...?!”
Lembrou-se, então, de que fazia muito tempo, desde a última vez que pôde parar em si e contemplar profundamente o fulgurante e encantador brilho lunar. E perguntou pra si:
- Será mesmo que me esqueci de admirar Jaci?! Contudo, sinto que ela certamente não se esqueceu de mim, pois há pouco conversava com meu filhinho...!
Os dias agitados, os muitos afazeres, as preocupações, tudo isso pode nos fazer perder o contato com a natureza e com as coisas simples da vida.
Começa o ano e, quando menos percebemos, já estamos pela metade e... nesse tempo todo - pois é muito tempo – esquecemo-nos de admirar o céu, as nuvens, um pôr do sol, ou simplesmente apreciar o canto dos pássaros...!
Falta-nos tempo para aproveitar as oportunidades! – é o que alegamos. E quem é capaz de criar tais oportunidades? Apenas nós mesmos, ninguém mais!
O contato com a natureza nos renova as forças e nos proporciona momentos de reflexão, de pensamentos mais leves, sem o peso angustiante da preocupação. Tudo isso faz bem ao espírito e ao corpo. Precisamos recarregar nossas energias, constantemente, e o Grande Espírito Criador nos oportuniza a cada momento diversas fontes naturalmente inesgotáveis de tais recursos.
Não podemos nos deixar ser simplesmente consumidos, pelas preocupações do dia a dia.
A vida é muito mais que acordar, trabalhar, alimentar-se, usufruir de pequenos prazeres, dormir...!
Devemos aproveitar a nossa passagem terrena para aprender com a observação dos acontecimentos naturais, a fim de retirarmos daí as mais sublimes lições de vida necessárias para a continuidade de nossa evolução espiritual, sob pena de termos uma vida afogada em mil afazeres - sem tempo para nada – mas interiormente, vazios, tristes e depressivos.
Assim, não devemos deixar de ver Jaci, nem deixar de observar a natureza, de notar as estrelas, de nos maravilharmos com elas e, principalmente, de escutar o que elas sempre têm a nos dizer.
Que possamos olhar para Jaci e nos deixarmos seduzir pela beleza natural e encantadora de uma noite de LUAR!!!






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