domingo, 26 de abril de 2015

MAIOR BÊNÇÃO DA CRIAÇÃO

                                 


                                            



                        Há muito, muito tempo, Sahú-Watô preparou-se para uma das maiores de suas criações, com zelo e cuidados sem iguais. Afinal, aquela seria uma obra-prima, que subsistiria eternamente, por isso merecia especiais cuidado e atenção.
                        Ela deveria ser dotada de mãos hábeis e ligeiras que agissem depressa, preparando o alimento de sua prole, com talento especial como ninguém. E que tivesse intuitivamente conhecimento sobre a manipulação dos elementares e fosse catedrática em medicina da alma. Que aplicasse curativos nos ferimentos do corpo e carinhos que servissem como bálsamo nas chagas da alma ferida e magoada.   Ela deveria possuir lábios, cujos beijos tivessem o dom de curar qualquer coisa, desde leves machucados, brandas iras a suspiros magoados.
                        Suas mãos saberiam acarinhar, mas também seriam firmes para transmitir segurança a cria de passos vacilantes. Também saberiam transformar um pedaço de palha, quase insignificante, em artesanato especial para ser utilizado na grande festa.  Além de ser dotada de muitos pares de olhos. Um par para ver por meio de espessa folhagem da floresta, para aqueles momentos em que se perguntasse: - Quem poderá nos salvar?! Outro par de olhos para ver o que não deveria, mas precisa saber e, naturalmente, olhos normais para fitar com doçura sua cria em apuros e lhe dizer: - Eu te compreendo! Não tenhas medo! Eu te amo! -, mesmo sem dizer nenhuma palavra.
                        Assim, trata-se de uma criação delicada e amável, certamente. Contudo, ao mesmo tempo dura e resistente, capaz de resistir ao maior vendaval, às piores tempestades noturnas e a toda e qualquer adversidade, a fim de proporcionar segurança e proteção aos seus, superando a própria enfermidade em benefício dos seus amados e de alimentar uma família apenas com o seu amor.  Com capacidade de derramar lágrimas de saudade e de dor. No entanto, ainda assim, insistir para que sua cria parta em busca do que lhe constitua sua felicidade ou signifique seu progresso maior.
                        Ela foi criada com incrível capacidade de derramar lágrimas especiais para os dias da alegria e os da tristeza, para as horas de desapontamento e de solidão. Com lábios ternos, que soubessem cantar canções para ninar bebês, e cantassem poemas de exaltação à beleza da paisagem e aos encantos da natureza, tendo sempre as palavras certas para o filho arrependido pelas tolices feitas, com sabedoria para falar sobre o Grande Espírito, Sahú-Watô, Criador do Universo e do amor.

                        Essa maravilhosa criação é a MÃE, que possui a nobre missão de receber em seus braços Espíritos e conduzi-los ao Bem. Portanto, enquanto houver MÃES na Terra, Sahú-Watô estará abençoando o homem com a oportunidade de alcançar a meta da perfeição que lhe cabe, porque a MÃE é a mão que conduz, o anjo que vela, a mulher que ora, na esperança de que os seus filhos alcancem Felicidade e Paz.







 

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